terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Ária

Surgiu violinista, de dentro das marés,
agudo tocando coas águas as pontas do pés,
eram árias antigas, das profundezas de cabarés,
que não lhe deixam.

Tentou me falar de lembranças que vinham do mar
de águas tão distantes, difíceis de lembrar,
mas não lhe deixam.

E não lhe deixam marulhos passados,
enterrados nos olhos profundos,
vermelhos, molhados.

Quebrou-se coas ondas de espumas brancas
desfez-se ao chocar com lembranças,
que não lhe deixam.

26-11-2009