Sente o medo seco do universo:
enredo feio e poliverso,
poema de verso disperso:
mastigue o “ema”, sobra-te o “po”,
ele te mastiga se te sentes só,
deperece, imerso, médio.
Flutua entre os versos:
em fados mal acabados,
piados de uma ave velha.
“Verde o nunca, verde o verso
no vasto da alta cabeleira
vejo um mundo controverso
verso imundo, mudo o verso.
Converso o instante controverso
com um velho malabares.
Vendo o verso e ele os ares:
correntes secas que atravessam,
velhos males que se enversam.
Nunca o veja, ou vide-o-verso
que o inverso há de surgir:
verde o verso, verde o nunca.”
Sílabas que te silenciam,
letras que te constrangem,
sons são surdezes
às vezes.
domingo, 19 de junho de 2011
Órbita. (a Cristiane Bastos)
Retina de leitora
no centro de uma praça
percorre a perpétua reformulação.
Linhas e sentidos
espiralando a cada inspiro
a cada expiro.
Teríamos, se mais cem anos
durasse a confluência obscena,
constelarmente,
uma órbita.
no centro de uma praça
percorre a perpétua reformulação.
Linhas e sentidos
espiralando a cada inspiro
a cada expiro.
Teríamos, se mais cem anos
durasse a confluência obscena,
constelarmente,
uma órbita.
Tardes
Navega solitário pelo universo sem pássaros.
Sente a morte lenta se apoderar de seus passos.
Cheira a flor de lítio no decorrer da noite.
Bebe o contrapasso da madrugada ex-poente.
Olhos aliados lamentaram profundamente
ao seu fracasso e seu
desgaste inevitável
lamento de quem sente.
Lambe a terra vez ou outra,
caminha...
Ouve o canto por onde vazam os sons
sopros de bocas desbotadas.
Não ouve, não vê, não sente.
Sente a morte lenta se apoderar de seus passos.
Cheira a flor de lítio no decorrer da noite.
Bebe o contrapasso da madrugada ex-poente.
Olhos aliados lamentaram profundamente
ao seu fracasso e seu
desgaste inevitável
lamento de quem sente.
Lambe a terra vez ou outra,
caminha...
Ouve o canto por onde vazam os sons
sopros de bocas desbotadas.
Não ouve, não vê, não sente.
Assinar:
Postagens (Atom)