segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Um minuto de silêncio

Ouve os gritos vibrarem do mármore
de tão cinzas lembranças que moem o chão.
O pó que te resta assuma como teu futuro,
já que não verás mais nada depois.
As folhas secas rolam seus ruídos
clandestinos às portas de tua nova morada.
As saudades que terás de janelas
que te acalmem, jamais superarão
a monotonia que não suportas mais,
do silêncio que insiste em seus olhos
do mesmo saber da eternidade
que nunca mais superarás.
Falarás em vão com
a surdez muda da solidão
e quando chorares, então compreenderás
que as lágrimas são de água mais incolor
do que aprendestes quando ainda
estavas afoito de olhar a luz
e tinhas curiosidade pelos sons.
Agora que não há mais tempo
o tempo é tudo o que te resta
e o escândalo da chuva que
jamais atinge o chão
é só o que hás de esperar.

Um comentário:

Menas disse...

Como diria o bom e velho leprechaun da "zona sul": definição!