(Para Tom Adamenas)
O corpo se perde em si mesmo,
passo-a-passo ele caminha,
quadro-a-quadro ele se move,
e os olhos colados no relógio-de-parede
contêm a extensão do dia seguinte.
Tudo se aglutina no antigo ruido
e escorre fazendo corpo com o meu.
Somos todos o mesmo sono.
Os ponteiros não param de estalar,
eles trazem o mau presságio
do fim dos tempos
que fogem do relógio.
De repente tudo é tempo.
Tudo é Nada. Nada pode ser contido.
Onde está o velho sentido?
Da fusão surgimos novos,
mas agora somos um,
o mesmo tempo ido e findo,
também o mesmo que se mantém,
o que se passara, passa e passará.
O escuro é muito grande
e dura tanto quanto o tempo.
Ele permanece sendo
cada vez mais breu
fazendo corpo com o meu.
Somos todos o mesmo sono.
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