Sente o medo seco do universo:
enredo feio e poliverso,
poema de verso disperso:
mastigue o “ema”, sobra-te o “po”,
ele te mastiga se te sentes só,
deperece, imerso, médio.
Flutua entre os versos:
em fados mal acabados,
piados de uma ave velha.
“Verde o nunca, verde o verso
no vasto da alta cabeleira
vejo um mundo controverso
verso imundo, mudo o verso.
Converso o instante controverso
com um velho malabares.
Vendo o verso e ele os ares:
correntes secas que atravessam,
velhos males que se enversam.
Nunca o veja, ou vide-o-verso
que o inverso há de surgir:
verde o verso, verde o nunca.”
Sílabas que te silenciam,
letras que te constrangem,
sons são surdezes
às vezes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário